Monday, May 22, 2006

Fábula



Ele vivia numa fábula. Permanentemente, quase se diria. Sem limites nem fronteiras entre espaços e tempos, lugares ou distâncias. Num mundo em que o adulto esquecido, entediado, até no mais feio sofá verde podia, ainda assim, continuar a brincar aos carrinhos num qualquer sítio recôndito da sua imaginação. Às escondidas. Sem que ninguém desse por nada. Às vezes, sem ele próprio dar por isso. Não que ele não soubesse. É que, como Boca Dourada uma vez lembrou a Corto Maltese, quando um adulto entra no mundo das fábulas nunca mais consegue de lá sair.

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