Não-lugares
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Ele gostava de lugares que não eram bem lugares. Sítios de passagem, palcos da solidão de cada um, despojados e efémeros. Não lugares, chamara-lhes alguém. Certo é que ele se sentia lá bem. Talvez fosse porque ele próprio nunca sentira verdadeiramente que pertencia a algum lugar. Ou a alguém. Gostava de lugares que não eram bem lugares como gostava de pessoas que não eram bem pessoas. Personagens. Cenários. Um dia vais ter de te tratar, diziam-lhe. Um dia vou ter de me tratar, pensava. E depois, sorrindo, um dia. Em breve, talvez.
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